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Aqui na Bilbbo.

Mini Contos
Contos Originais
Mini contos de
Fantasia
Midas
Fantasia

I.

Meu velho sempre foi teimoso e difícil feito uma mula. Não quis vir morar comigo, recusou a quitinete que quis alugar pra ele, ficou até o fim em seu velho casebre de pau a pique, como uma sentinela solitária. Não precisava de ninguém.

II.

Apesar de tudo, vou sentir sua falta.

Anteontem, ao morrer, me fez prometer que não ia vender o casebre e que ia derrubá-lo eu mesmo, com minhas próprias mãos e sozinho.

III.

E ficava repetindo que ia ser tudo meu, como planejado. Delírios. Coisas de seu Midas, como dizia mamãe.

Mas, promessa é promessa, mesmo arrancada, mesmo sendo loucura e assim, escolho uma parede e dou a primeira marretada.

IV.

E lamento não poder falar com o velho novamente e crivá-lo de perguntas, quando descubro atônito que, por baixo do barro, as paredes são de ouro.

V.

Pique-esconde
Fantasia

I.

-Feche os olhos, conte até cinquenta!

A garotinha saiu correndo, enquanto o primo apreçou a contagem:

-T-um, t-dois, t-três, t-quatro...

II.

A menina escalou o pé de jaca. Sua estatura de criança encaixou-se perfeitamente entre num vão formado por duas das frutas enormes aguardando colheita.

Olhou pra cima buscando pontos com folhas que colaborassem para um bom esconderijo.

III.

Foi quando viu o garotinho de olhos dourados e cabelo de fogo encarando-a.

-Tenho um lugar melhor!

Ele estendeu a mão.

IV.

Ela retribuiu o gesto. Folhas da árvore se desprenderam dos caules e rodopiaram ao redor dos dois.

Lá embaixo o primo a procurava. A mãe, as tias e os avós também vieram para ajudar. Mais tarde a polícia chegou.

V.

Mas ela sempre fora muito boa no pique-esconde.

O Curupira também.

Rodolfo
Fantasia

I.

Maldito seja o dia que viemos à luz! Como a Natureza toma a decisão de mudar as coisas sem nos consultar?

Agora tentamos sobreviver às chacoalhadas do chão, aos rasantes dos alados famintos, aos alimentos tóxicos e à falta de espaço para morar.

II.

Desde o início da catástrofe, os Titãs aproximam seus enormes olhos perto de nosso buraco e dizem:

— Pobre animal, estava sendo comido vivo! Preconceituosos! Porque criticam nosso modo de vida? Não têm moral para nos julgar!

III.

Termino este memento quase sem forças, ouvindo um latido irritante e o trovão de um Titã:

— Você está sarando, amigo. Por pouco estas larvas não lhe devoram.

IV.

Maldito Rodolfo. Nossa nobre mãe varejeira não deveria ter escolhido como hospedeiro um vira-latas sortudo.

V.

Guerra
Fantasia

I.

Era o verão mais quente dos últimos anos, o calor extenuante deixava o clima de combate ainda mais tenso.

Só alguns de nós haviam sobrevivido até ali. Já estava cansado, deveria ter corrido quilômetros desde o início, mas a adrenalina me mantinha em pé.

II.

Tive um golpe de sorte peguei um deles desprevenido. Um tiro certeiro pelas costas. O ar de seus pulmões saiu pela boca, como a alma fugindo do corpo.

Quando escutei um grito. Carlos havia caído, era um dos nossos melhores, não poderia deixar ele ser morto. Pelo canto do olho vi quando o inimigo avistou ele.

III.

Mesmo sem forças corri e saltei me tornando o alvo. Antes de cair no chão senti o forte impacto na barriga.

Um sinal estridente fez todos pararem, e a voz comandou a todos.

- Pessoal, a aula acabou, amanhã terminamos a queimada.

IV.

V.

Ajudante
Fantasia

I.

Ouviu pequenos passos se aproximando e mesmo tendo apanhado, Rancor estava pronto para outra briga.

-Apareça logo de uma vez!

Uma ratinha branca surgiu, despertando uma vaga familiaridade.

II.

-Não é perigoso uma ratinha ficar por aí nessa hora da noite?

-Não me importo.

Abocanhou o cadeado e começou a trabalhar com destreza.

III.

-De onde você surgiu, algodãozinho?

O cadeado abriu, depois foi a focinheira. Estava livre.

-Você salvou minha mãe de ser morta há um mês, e agora estou salvando você, Rancor.

IV.

Passou a pata pela cicatriz do focinho.

- Como poderia esquecer? Agradeceu.

-E não é algodãozinho, Luluzinho. Minha graça é Ricota.

V.

Seguiu sua nova ajudante para fora do canil. Naqueles tempos era bom ter alguém com quem contar, mesmo sendo Rancor, o vira-lata caramelo.

O Encontro
Fantasia

I.

Bela Rosa era a mulher mais bonita da cidade, com cabelos brilhosos e olhos grandes e negros. Todos os homens pareciam querer corteja-la, mas ela, muito tímida, sempre os recusava.

II.

Foi uma surpresa, então, quando ela me chamou para tomar café na vendinha e depois passear pela cidade.

III.

Quando chegou a hora de dar adeus, ela me puxa e morda meus lábios. Sorrio feliz e me deixo levar pela sua voz doce, direto para o fundo do rio.

IV.

V.

A Dívida
Fantasia

I.

Não existe espera pior do que a da morte. 

Abílio, ora dorme, ora delira, chamando por um nome. As beatas, desconhecendo tal nome, prosseguem com a reza noite a dentro, mesmo exaustas.

II.

Da única janela, vem um clarão. Não é um poste, nem uma fogueira. Escuta-se um cavalo, que ronda a casa. Seria a Morte?

"Cássia?", chama o homem num sussurro.

"Padre, quem é Cássia?", pergunta uma fiel.

III.

Cascos batem, impacientes. Abílio fecha os olhos. Finalmente parte. A porta da frente se abre com uma brisa, e todas as velas se apagam.

Os relinchos, e também o clarão, cessaram. Houvesse a voz de uma mulher. 

"Porque demorou tanto?"

IV.

 "Eu só queria ter certeza que não havia mais dívida.", responde uma voz masculina. 

Mas não há mais nada para se ver. Apenas um freio de mula, caído no chão e um enxame  de vagalumes, dançando no ar.

V.

O Poço
Fantasia

I.

Minha mãe sempre me alertava para não chegar perto do poço ao meio dia, ou o currupira iria me pegar.

II.

Em uma manhã especialmente boa, dei voz a minha rebeldia e ignorei o alerta, pisando firme e forte ao redor da boca do buraco de barro, bem na hora do almoço.

III.

Agora já está escurecendo e acho que ninguém sentiu minha falta no jantar, pois não teve quem me tirasse dos espinhos de tuncum ou ouvisse meus gritos.

IV.

V.

A Lenda
Fantasia

I.

Minha tia avó morava no interior, numa antiga fazenda de café. Minhas férias escolares eram sempre passadas lá.

Lembro que havia uma empregada chamada Noêmia. Ela vivia derrubando coisas na cozinha e queimando a comida. Minha tia avó ralhava com ela e Noêmia respondia: "É culpa do Saci!", o que sempre me fazia rir.

II.

Houve um dia que Noêmia estava de folga, e esfomeada que era, fui à cozinha atrás de um doce. Qual foi minha surpresa ao abrir a despensa e encontrá-lo ali!

III.

Virei-me para a porta. Minha tia avó estava parada na soleira, pálida e com a mão no peito. Sofreu um infarto fulminante.

Nunca mais ri de uma lenda depois daquele dia.

IV.

V.

A Lua
Fantasia

I.

Sempre gostei da noite, mais precisamente da lua. Eu não sei o que há na lua que me deixa vidrado. Ainda mais quando está cheia.

II.

Minhas irmãs zombam, dizendo que ela me deixa atordoado. Muito pelo contrário; me sinto mais vivo do que nunca nesse período!

III.

É como se houvesse um outro eu, um outro ser querendo despertar de um longo sono.

IV.

Às vezes penso: Será que é apenas muita imaginação ou apenas as mudanças de uma mente de treze anos?

V.

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