Estava no quarto da minha esposa, quando um ruído vindo do quarto do meu filho chamou minha atenção. Corri até lá. Pela porta, antes de entrar, já foi possível ver um vulto projetado sobre o berço.
II.
— Vá embora! – Ordenei, usando todas minhas forças. A sombra se virou surpresa. Um som, que muito pouco lembrava a voz humana, saiu daquilo que talvez um dia fosse uma boca.
III.
— Não sabia que a casa já estava ocupada. Deveria cuidar melhor do seu território! Falou, enquanto desaparecia como fumaça levada por uma brisa agoniante.
IV.
Fui até o berço e meu filho seguia dormindo, sereno e tranquilo. Só então consegui parar de tremer. Não pensava ser possível sentir tanto medo, mesmo depois de já ter morrido.
Já era madrugada. Só a luz do celular e o som do ventilador quebravam o breu e o silêncio dentro do quarto. Meu corpo começava a afundar na cama e o sono me abraçava com seus braços quentes, quando recebi uma mensagem de um número desconhecido:
II.
"Não vai dormir, criança? Estou cansada de esperar!"
Em um misto de surpresa, raiva e medo, respondi na mesma hora a mensagem:
"Vai se fd seu m*, qm é? Cmo tm meu número?"
III.
Mesmo com calor, um frio percorreu todo meu corpo no instante em que ouvi o som de mensagem recebida vir de baixo da cama.