Começou, agora termina queride!

Conquista Literária
Conto publicado em

Sinopse

Estamos preparando e revisando este conto, em breve o publicaremos aqui. :D

Ainda lembro a primeira vez que o vi, eu tinha apenas quarto anos. Nesse dia um cano de água estourou na avenida principal e minha mãe foi forçada a trocar o caminho para casa.

Prólogo

Epílogo

Conto

Áudio drama
Trilhador
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Ainda lembro a primeira vez que o vi, eu tinha apenas quarto anos. Nesse dia um cano de água estourou na avenida principal e minha mãe foi forçada a trocar o caminho para casa.

Minha mãe estava desempregada a um bom tempo e meu pai, bem, ele era poeta e era muito bom, mas infelizmente nem a mais bela de suas poesias nos enchia a barriga nas noites de fome.

Vínhamos por uma rua esburacada, nosso carro não aguentaria qualquer batida por mais fraca que fosse, então minha mãe dirigia tão lentamente, desviando dos buracos, que parecia que nunca terminaríamos a quadra.

Era uma rua quase sem movimento e não havia muito o que olhar. O tédio da viagem estava quase me adormecendo, quando  pelo  canto do olho uma figura me chamou atenção, era um homem com uma roupa estranha, algo entre um mendigo e um mago dos filmes de Harry Potter, ele fez um movimento estranho com um cajado de madeira e no segundo seguinte passamos por cima de um buraco.

Minha mãe desceu furiosa para ver o estrago, quando voltou para dentro do carro estava com um papel na mão, era uma oferta de emprego, daquelas que encontramos coladas em postes, dizia:

“AS PESSOAS ARRUMAM DESCULPAS PARA TOMAR CAFÉ NA SUA CASA SÓ PARA COMER SEUS BOLOS GOSTOSOS?

NÃO PERCA TEMPO, VENHA TRABALHAR CONOSCO, PRECISAMOS DE CONFEITEIROS.”

Agora, adivinhem qual a especialidade culinária da minha mãe?

Aquele emprego mudou tudo, passamos a morar em outra casa, fizemos novos amigos, como minha mãe sempre dizia "nova vida outra trilha".

Riram de mim anos mais tarde quando contei que um homem fantasiado fez o buraco na rua com sua bengala mágica.

Acharam mais engraçado ainda quando falei que vi ele de novo e foi ele que fez cair o calção do tio Tom, quando iria fazer o gol no final do campeonato estadual; todos comentam que aquele gol teria mudado a carreira dele.

Com o tempo via o ser estranho a toda hora, fazendo casais se esbarrar, algumas pessoas se perderem, outras se acharem.

Notei que só eu o enxergava, acredito que ele seja o que a maioria das pessoas chamam de destino, eu o chamo de Trilhador, é isso que ele faz, cria novas trilhas, sem você ter opção de escolha, acaba andando pelas trilhas que ele fez.

Várias vezes tentei tocar, falar, tirar uma foto, mas ele sempre foi mais rápido, nunca consegui chegar perto ou ter uma imagem para provar que ele existia.

Sabia que graças a ele nós tínhamos uma vida melhor, eu o idolatrava tanto quanto um herói intocável, até o dia que mais uma vez ele mudaria o rumo da minha vida.

Minha mãe já era uma confeiteira de sucesso e dona da própria confeitaria, ela possuía uma encomenda importante de um bolo caríssimo de casamento, tudo ia muito bem, mas sentia que algo ruim iria acontecer.

Quando o vi na janela da cozinha, corri até lá, precisava impedir que fizesse algo com o bolo, mas era tarde, ele havia abatumado o bolo.

Minha mãe não poderia ficar sem aquela entrega e correndo contra o tempo fez outro bolo do jeito que pode.

Ela estava exausta, mas o bolo estava pronto, agora era só entregar, porém nosso entregador teve um imprevisto de última hora, dias depois fiquei sabendo que ele quebrou a perna depois de escorregar em uma bolinha de gude, minha mãe precisaria fazer a entrega pessoalmente. Ela entrou correndo no carro, tentei convencer ela que eu fizesse a entrega, mas ela não deixou, disse que eu já estava atrasado para a faculdade e não poderia faltar.

Me ligaram algumas horas depois, dizendo que minha mãe havia batido de carro em um poste ao desviar de um cachorro na rua.

Ela morreu horas depois de chegar ao hospital.

Já faz três anos desde a morte de minha mãe, nunca mais vi aquele que roubou o que tinha de mais importante na minha vida. Na internet conheci outras pessoas que assim como eu enxergam o Trilhador, outras pessoas que assim como eu perderam muito na sua vida, outras pessoas que assim como eu, vão fazer de tudo para encontrá-lo de novo e dessa vez não vão deixar barato.

Palma, palma... Logo os contos desta obra serão selecionados e aparecerão aqui.
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