Vinicius Peron

No começo da Pandemia fiz churrasco com meus colegas de condomínio, íamos sem máscara para o supermercado, porque o dono era um dos amigos do meu pai.

Fizemos várias mini-raves durante o isolamento.

Passeamos mais de cinco vezes na praia, estava ótima sem muita gente e os que estavam lá, eram da mesma classe social que a gente.

Também fomos viajar de avião...

Espera aí.

O preço do arroz tá tão alto assim?

Eu preciso twittar esse absurdo aqui! Termino esse texto depois.

As lojas fechadas, shopping centers trancados, ruas vazias.

Este era o cenário perfeito para mim: hackear empresas e sites e lucrar com isto.

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Fui rapidamente para meu computador, liguei ele e logo comecei a pesquisar por onde iria começar.

Muitas solicitações, muita demanda, entre elas, um e-mail sem assunto.

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Decidi abrir, afinal um hacker não pode ser hackeado e imediatamente minha tela piscou e tudo desapareceu.

Uma imagem surgiu na tela instantes depois: Você foi hackeado por COVID-19.

Temos horário para acordar, para comer, para começar a trabalhar, para sair e até para dormir.

Somos monitorados em estabelecimentos, estacionamentos e ruas.

Vivemos conectados 24horas por dia.
Nossa maior conquista está exposta nas redes sociais. Nosso maior desconforto também.

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Temos validade. Precisamos de manutenções mecânicas. Vivemos em filas.

Todo mundo se conhece por videos, mensagens instantâneas e aplicativos. Somos movidos por likes, views e matches.

As eras das máquinas chegou.

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Nós somos as máquinas.