Prólogo
Epílogo
Conto
Mais um dia longo de trabalho. Era apenas a isso que minha vida pacata se resumia. Acordar, trabalhar, dormir. Esse ciclo vicioso se repetia. Não via propósito de existência para minha insignificante vida aos finais de semana, onde apenas vegetava em meu lar, sem interesse em absolutamente nada. Nem mesmo as estantes de livros, outrora convidativas me despertavam o interesse.
O Big Ben já soava sua nona badalada, me lembrando que, em poucos minutos, chegaria em casa para repousar. Passando por diversas construções do centro londrino, reparei em uma curiosa parede, cheia de posteres, todos falando sobre a Grande Depressão que assolava o mundo. Mas em meio a tantos cartazes, um me chamou a atenção. Destoando de tudo ali, um simples pedaço de papel, com letras cursivas bem trabalhadas, claramente feito a mão, atraia meus olhos. Li palavras que até o momento, não consigo pronunciar. Palavras que não faziam sentido aos meus olhos, mas que me causaram tremendo temor. A névoa que começava a cobrir a rua, trazia sussurros ao pé do meu ouvido. O pedaço de papel parecia me convidar e, quando dei por mim, estava parado no meio da rua.
Uma densa neblina me impedia de saber onde eu estava. Escutei as badaladas do Big Ben novamente, marcando a meia noite, e respirei confuso, porém aliviado. Foi quando, após a decima segunda badalada, escutei um som rastejante, vindo da neblina.