Prólogo
Epílogo
Conto
Tomaz Schutter era um homem de meia idade, com seus mais de 1,90m de altura, barriga proeminente, cultivada por idas ao bar da cidade após sua jornada de trabalho. O grande bigode, loiro claro com fios ruivos já clareados pela idade, era bem cheio e terminava em pontas curvas, que criaram uma espécie de TOC em Tomaz, que as enrolava de tempos em tempos.Parecia ser apenas mais uma manhã de outono. O clima escaldante do verão dera lugar ao frescor da estação vigente, o que justificava o uso de um bom cobertor para se proteger durante o sono. Schutter despertou com dificuldade e demorou para sair da cama aquecida. Se levantou com pesar e se arrumou para mais um longo dia de trabalho. Olhou pela janela e reparou no inconfundível vapor que saia de tantas máquinas mirabolantes que formavam as engrenagens da cidade. Passou a mão pelos suspensórios e se dirigiu até a cozinha. Verificou sua cafeteira a vapor e encontrou somente um café passado, provavelmente do dia anterior. Olhou com pesar e encheu sua caneca com o líquido negro. Bebeu a contragosto, tentando absorver a energia proveniente dos grãos moídos. Seria um longo dia, definitivamente. Em cima de sua escrivaninha, pousava uma folha amarelada, com caligrafia trabalhada. No topo, estava escrito a data do dia. “ A cada dia que passa, perco mais e mais a fé nesta cidade. Quinze casos, por Deus! Um mais catastrófico que o outro. Melhor me apressar para o tribunal.” Torceu o bigode, vestiu o paletó e colocou em sua mala a túnica do tribunal e sua peruca de Juiz. Realmente, seria um longo dia.