Prólogo
Epílogo
Conto
Meu avô sempre me contava diversas histórias de terror quando eu ia para seu sítio. Todas elas me deixavam assustado, mas como eu era muito novo, um pouco de terror me manteria atento a todos os acontecimentos daquele enredo.Fui crescendo e, com o passar dos anos, as histórias que meu avô contava foram se tornando cada vez mais bobas, vivas apenas no imaginário e impossíveis de acontecer realmente.Eu acreditava nisso, até acordar com aquele grunhido terrível na madrugada e o mugir das vacas, assustadas. Levantei em um pulo de minha cama, corri para a varanda do sítio com a espingarda em punho. Seja lá o que estava mexendo com elas, sairia de lá na força. Quando cheguei ao celeiro, me deparei com a cena mais grotesca que nem mesmo as histórias de meu avô poderiam ter trazido a minha imaginação: Uma criatura enorme, com pelagem cinza, estava debruçada por cima de uma de minhas vacas, um mar de sangue banhando os dois.Com a mão tremula, apertei o gatilho da espingarda, mas era tarde demais. Seja lá o que fosse aquilo, já tinha ido embora, deixando um rastro de pegadas vermelhas por sobre os restos de feno, seguindo pelo pasto. O tiro serviu apenas para encerrar o sofrimento de meu animal, que já estava com a barriga aberta.Desta noite tive apenas uma certeza: As histórias de meu avô eram reais.