Prólogo
Epílogo
Conto
Eram 2:00 hrs. da madrugada de sexta-feira.Leiam o que me aconteceu:
Havia trabalhado até as 7:00 hrs. da noite, e para comemorar o “Dia Internacional
da Cerveja”, dirigi-me até um pub na região central da cidade para tomar
algumas cervejas long-neck e bater um papo com algumas garotas que freqüentavam
o lugar. Aproximei-me do balcão e pedi cerveja para mim, após o que, fui para
uma mesa e acenei para uma moça que conhecia. Seu nome era Suzy. Começamos a
conversar sobre amenidades e futilidades, para quebrar o gelo. Depois conversamos
sobre assuntos atuais, pois Suzy era bem informada à despeito de ser uma garota de
programas. Falei-lhe que a crise política pela qual o país passava estava ameaçando
meu emprego, sem o qual estaria perdido pois embora não fosse casado, tinha que
pagar uma pensão alimentícia para meu filho, que tive com uma ex-namorada além
das despesas usuais de um homem solteiro de meia-idade: um carro seminovo não
quitado ainda, o aluguel da quitinete em que morava e as despesas de subsistência.
Já estava na oitava garrafa de cerveja long-neck, ao passo que Suzy já havia
consumido três latas de soda limonada pois ela não consumia bebidas alcoólicas.
Confesso que estava ficando meio embriagado. A noite havia avançado e a madrugada
se insinuava em sua cumplicidade. Em um dado momento sugeri à Suzy que
fossemos dar um passeio pelos arredores, para livrar-me da embriaguês. Paguei a
conta e saímos do pub às 01:30 hrs. da madrugada. Começamos a andar por uma rua
secundária meio escura, quando Suzy disse-me que tinha a impressão de estar sendo
seguida por uma luz que circulava no céu. Eu olhei para me certificar e não vi nada.
Continuamos nosso passeio. Subitamente, Suzy parou e apontou para o espaço estrelado,
mostrando um incrível objeto brilhante que se deslocava em todos os sentidos,
em manobras arrojadas comparadas à um “drone” ou a um objeto qualquer desconhecido.
Emitia uma luz avermelhada e não fazia barulho. Após esta constatação
tomei-a pela mão, e começamos a correr desesperadamente pelas ruas, tentando nos
livrar da incômoda presença do objeto. Depois de uns trinta minutos de louca fuga,
paramos e, com pavor, olhamos ao redor para verificar se havíamos nos livrados
do objeto. Quando parecia que havíamos nos safados do apuro, olhamos para trás,
e o OVNI (vou chamá-lo assim) estava à uns 5 m. de distância, grande e brilhante,
emitindo uma luz vermelha intensa que nos cegava. Suzy, para complicar as coisas,
desmaiou. Tratava-se, evidentemente de uma abdução, e eu tomado de fúria, corri
para o OVNI e o segurei com as duas mãos, ferozmente, tentando de todas as formas
agarrá-lo e destruí-lo.
Subitamente, senti um calor irradiado queimar minhas mãos e um barulho
de coisas se quebrando. Acordei. Estava estrangulando meu abajour freneticamente,
que se quebrou, enquanto Suzy, seminua, acordou e assustada perguntou: “O que foi,
meu bem?...”.