Prólogo
Epílogo
Conto
Era noite de lua cheia, sexta-feira 13. Amarílis mais uma vez estava pronta
para seu trabalho noturno em uma casa de shows de sua cidade. Desde criança tinha
a voz afinada e bela, por isso, fazia cover das melhores bandas e cantores do mundo.
Morava em uma grande metrópole onde o comum nessas noites eram esses estabelecimentos
ficarem abarrotados de jovens.
O que sempre causava estranheza a todos era o fato de que a voz da moça
causava uma certa hipnose aos homens que a escutavam. Alguns tinham seus comportamentos
totalmente alterados por causa de seu canto. O encantamento era tanto
que passavam a noite inteira a espera de uma chance de chegarem perto dela. A cantada
que ela mais ouvia era “Seu canto parece de uma sereia, gata...” O pior sempre
vinha depois.
As noites de Amarílis sempre terminavam em um quarto de motel, ou até
mesmo dos hotéis mais baratos da cidade. Os rapazes para os quais ela servia de
companhia deixavam com que seus instintos mais selvagens transparecessem sem
nenhum pudor entre quatro paredes e a enlouqueciam de prazer, não faziam questão
do sexo seguro. Também não a poupavam de suas forças físicas e tomados por uma
ira inexplicável, a agrediam com bofetadas, mordidas e pontapés.
A moça, estranhamente, achava tudo muito normal e se divertia por noites
inteiras. Porém, vivia a trocá-las por uma vida de dor e sofrimento onde via-se
obrigada a, frequentemente, utilizar de seus feitiços para expulsar de seu ventre uma
gravidez indesejada.