O Homem de Vime

Sci-Fi
Dezembro de 2019
Começou, agora termina queride!

Conquista Literária
Conto publicado em
Cyberlife

Prólogo

Epílogo

Conto

Áudio drama
O Homem de Vime
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Uma sombra avolumou-se no meio da tempestade pelo deserto estéril e metálico. O vento açoitava o aço de torres antigas, afogando os níveis inferiores em detritos das construções menos resistentes — um mar de chapas de ferro, lixo, tubos e canos.

Os olhos glaciais da nave lucilavam como estrelas distantes na escuridão; a única luz naquele mundo morto. Em seu interior azul, Yian teve um sobressalto e sufocou um grito que saiu quase como um gorgolejo estrangulado. Despertou de uma sensação de déjà vu quando uma sombra pequena, hirsuta e cheia de patas cruzou o painel de controle esbarrando levemente em sua mão. Seus pelos se enriçaram e um dedo gélido percorreu sua espinha demorando-se na nuca. Rapidamente limpou-se no uniforme enquanto a aranha retornava para os buracos escuros da cabine. Ele tentou agarrar-se ao devaneio como se precisasse se lembrar de algo importante, mas sentiu-o escorrer e se distanciar substituído por um leve tremor e um vazio profundo.

Era um homem de olhos estreitos e cabeça raspada, com um nariz aquilino, um código na base do pescoço e lábios tão finos que pareciam um corte no rosto côncavo. Sentiu a atenção dos outros tripulantes pesarem sobre si.

— Algum problema comandante?

— Não — respondeu de pronto ao sujeito de pé às suas costas, onde de um sobretudo negro despontava uma cabeça pálida adornada por cicatrizes. Os olhos eram lentes completamente escuras reunindo diversas câmeras sensíveis à luz e revestidas por uma superfície convexa. A boca e o nariz estavam tampados por uma máquina coniforme onde uma respiração arrítmica intercalava com uma voz cavernosa. 

O inquisidor atendia por Angst – 5; seu nome fazia referência ao modelo e a um número de série entre os membros dos Três Pilares. Aquela coisa havia abandonado sua humanidade muito tempo atrás: a epiderme já estava demasiado desgastada, quase apodrecida e um cheiro forte e nauseante emanava do homúnculo. Ele estava ao lado de um prisioneiro magro com o rosto oculto por um capacete fumê mantendo-o sob constante vigilância. A missão do comandante servia para escoltá-los.

O piloto trocou um olhar nervoso com Yian que depositou uma mão em seu ombro em um gesto de confiança. Paralelamente, observou as fendas entre o maquinário grosseiro da cabine procurando a aranha. Antes de a criatura aparecer, sentiu como se estivesse sonhando, mas não conseguia exatamente lembrar sobre o que divagava. 

— Comandante? — o inquisidor falou novamente, soando tão artificial e distante como um rádio cheio de estática. Yian olhou para a tela fazendo um sinal na interface abstrata quando um aviso irrompeu brilhante. — Estamos chegando.

A nave perdeu altitude aproximando-se de um domo imponente e colossal. Parou em sua base, e no interior do veículo Yian respondeu a um código de autorização para conseguir passagem. Um portão rugiu e a megaestrutura os devorou com uma mordida de metal revestido. Entraram por um túnel escuro onde jatos de gás limparam a nave das impurezas e bactérias da tempestade e então atravessaram uma barreira que mantinha a pressurização da cúpula culminando num espaço aberto. 

O teto simulava um céu estrelado e um horizonte montanhoso parcialmente oculto pela cidade que crescia verticalmente. Eram caixas de ferro empilhadas e amontoadas, espalhando-se como um câncer; quando chegavam à borda do domo, subiam sufocando ruas e corredores sinuosos enquanto competiam por espaço. Desceram atravessando o nível do chão e adentrando cada vez mais fundo na colmeia. O brilho tênue das janelas dos apartamentos foi deixado para trás e substituído por canos anelados que cruzavam o abismo. Na escuridão, distinguiram o neon fosforescente de reatores e desviaram de raios que tatuavam as paredes com centopeias enegrecidas. Yian sentiu um arrepio quando percebeu vultos esgueirando-se pelas trevas, escalando estruturas íngremes e movendo-se pelos andares abandonados. Um robô quadrúpede virou seu olho pestanejante brevemente para a nave, inundando-a com um clarão antes de embrenhar-se numa fenda entre dois cilindros metálicos. 

Aterrissaram ao fundo, em um heliporto abandonado cercado por maquinário pesado. Nas profundezas abaixo, pontos de luz rompiam a escuridão aqui e ali. A porta da nave subiu e Yian desceu dando ordens ao piloto para esperá-los deixando o sistema de defesa acionado. Atrás dele o inquisidor empurrou o prisioneiro, estando sempre ao seu encalço.

Um ruído baixo cruzava a distância elevando-se grave e abrasivo, às vezes interrompendo-se em um silvo agudo e logo se conduzindo às pressas ao seu ritmo constante. 

— O que é esse som? — destacou Yian depositando os olhos em cada sombra com a arma em riste.

— São os escavadores — retorquiu o inquisidor flanqueando-o. — Eles estão nas profundezas expandindo a metrópole.

Camadas de poeira de séculos amontoavam-se no chão junto a grossos cabos que cortavam o lugar. Eles cruzaram arcos de algum polímero adentrando num corredor apertado com telas brilhantes e fios despontando do teto como cipós. 

— Adiante — articulou o inquisidor com sua voz eletrônica, mas o comandante recuou por um momento. Uma sombra cheia de patas havia se escondido atrás de um monitor quebrado. Podia jurar que vira dentes humanos batendo famintos na cabeça abarrotada de olhos do aracnídeo. 

— Algum problema?

— Não, vamos prosseguir — retorquiu enquanto destravava a arma com o polegar.

O inquisidor empurrou o prisioneiro com violência, o qual se debateu sem produzir som algum. Yian reparou em seu corpo esfolado, com diversas proeminências despontando da carne como seringas. Ele ignorou o aperto no peito e assumiu a dianteira.

Após diversos desvios, por fim atingiram um balcão com uma iluminação feérica de tons azeitonados. Acima dele, um pequeno compartimento se abriu com um clique peremptório e do interior um tentáculo coberto de placas deslizou de modo ofídico. Ele ergueu-se como uma serpente, e na ponta um olho dilatou-se focando no grupo.

— Quem deseja falar com a raça escamada? — disse prolongando cada vogal num chiado agudo.

— Os Três Pilares requisitam os serviços dos Oniromantes. — A coisa enovelou-se num sibilo. Yian sabia do poder que esse nome invocava. Eles eram os administradores da Rede e detinham total controle do ambiente virtual, assim poderiam facilmente eliminar os backups, apagando a existência de qualquer indivíduo. O olho ficou estático subitamente e um feixe vermelho escapou dali os escaneando. Pela esquerda, uma porta deslizou para cima abrindo caminho. 

— Venham comigo. — Uma sombra inumana surgiu no umbral e a voz saiu como um sussurro rouco dando a impressão que se esforçava para articular palavras. O prisioneiro seguiu na frente sob os desmandos do inquisidor e quando Yian se aproximou ele descobriu o que era um Oniromante. Atrás do abdômen seguia um corpo segmentado como o de uma lagarta, de onde despontavam patas raptoriais e cobertas por uma fina pelagem. O tórax curvo transformava a criatura em um “s” vermiforme com a parte superior engolida por tumores e inchaços. Longos braços humanos se destacavam em dois pares, como se não pertencessem naturalmente à anatomia da espécie, e um rosto surgia quase escondido de uma tumescência que formava uma corcunda. Aquilo não foi exatamente um choque para Yian, que já vira outras raças alienígenas com modificações e adaptações genéticas mais monstruosas, mas o manteve alerta. 

Atravessaram um pequeno corredor que dava passagem a uma sala ampla tomada por fios que se enovelavam pelas paredes como serpentes negras. Era dividida em duas partes: uma com cabines horizontais como caixões e a segunda onde aquelas criaturas trabalhavam com interfaces e projeções holográficas. 

— Bem-vindos a Kadath. Eu serei seu anfitrião, Tez. — Yian aproximou-se de um dos esquifes, contemplando uma face serena de um velho envolto por um acolchoado branco. 

— Estão... mortos?  — O comandante apertou os olhos chegando mais perto da superfície transparente. O rosto sulcado e cheio de rugas mantinha uma boca entreaberta e sua respiração era quase imperceptível. Ele tateou levemente, sentindo os dedos deslizarem pelo vidro frio descobrindo que não conservava a temperatura de uma cabine criogênica. Subitamente, uma pequena aranha com as patas finas e ágeis escapou do ouvido do homem e entrou em sua boca fazendo Yian se afastar num átimo com uma careta de nojo. 

— Não — retorquiu a criatura. — Nós induzimos um estado de hibernação hipotérmica para diminuir a energia que o corpo consome. É semelhante a entrar em coma.

— Com que finalidade?

— Sonhos.

— Basta, prepare o prisioneiro — interrompeu o inquisidor empurrado o homem torturado na direção de Tez. Ele virou-se chamando dois de seus companheiros em uma língua que Yian não compreendia, mas soava como folhas farfalhando. Quando o prisioneiro se foi, a criatura voltou-se novamente para o comandante.

— Nós criamos informações de estímulos verbais, visuais e emocionais a partir das memórias de um indivíduo durante a fase REM de sono profundo. O... — ele procurou uma palavra — ...paciente então pode fazer o que quiser em seu sonho lúcido. Muitos de nossos clientes ficam aqui até morrerem, porque quando acordam depois de determinado tempo acabam completamente desconectados com a realidade. — Seu corpo se moveu em direção à cabine do velho. — Este está conosco há quase um ciclo. De acordo com a medição humana de tempo, deve se aproximar a cem anos. 

— Cem anos sonhando?

— Ora, mas não se surpreenda. — O dedo esquálido e ossudo apontou para uma estante do outro lado do cômodo, identificando diversos cérebros em grossos recipientes de vidro com um líquido viscoso como piche. — Aqueles estão aqui há bem mais tempo. Nós conservamos a massa cinzenta e mantemos a mente em constante funcionamento.

— Por que não estão num estado criogênico?

— Não é interessante gastar recursos para salvar o corpo, pois mesmo que ele desperte seria impossível se readaptar ao mundo. E... — ele fez uma breve pausa encarando os órgãos suspensos, seus olhos pequeninos brilhando como moedas e as mãos perdendo-se em gestos quebrados — consome bem menos espaço também. Mas vamos ao que interessa. Queiram me seguir, por favor.

O grupo cruzou um corredor mal iluminado e logo o cheiro atingiu Yian como um murro. Seu estômago se revirou e ele sentiu a bile queimando na garganta. Ladeando-os havia diversos corpos empilhados em diferentes estágios de decomposição. Eles haviam sido ressecados em um processo mal-acabado de mumificação e tubos despontavam dos crânios com uma gosma escura escorrendo pelos orifícios da face — o líquido que Yian identificou como sendo o mesmo nos recipientes com os cérebros conservados. 

— Espero que o cheiro não esteja incomodando — disse Tez com um riso sardônico. — Nós da raça escamada temos a capacidade de desligar alguns dos sentidos que possuímos quando desejamos.

— Não é problema algum — rebateu o inquisidor enquanto Yian permaneceu em silêncio. Se Angst – 5 tinha que conviver com o próprio corpo apodrecendo, não seria aquela tumba que iria intimidá-lo.

O comandante sentiu um mal-estar consumindo-o aos poucos. Manteve-se alerta, espiando coisas pequenas e rápidas escondendo-se nos corpos pelo canto de sua visão e apertou os olhos buscando alguma lucidez. Havia uma familiaridade naqueles cadáveres paralela a como um estudante sabe inconscientemente o caminho que percorre para a escola todos os dias. 

— O projeto de interrogação começou há muito tempo, quando capturamos um humano que se infiltrou em Kadath. Desenvolvemos o programa com base em suas reações.

— O que vocês fizeram com ele?

— O ofício dos Oniromantes é fazer as pessoas sonharem — disse Tez sem se virar.

Chegaram a uma sala escura com uma iluminação no centro que caía sobre uma cadeira onde estava sentado o prisioneiro. Houve um ruído seco e constante que acompanhou uma agulha descendo de um braço mecânico e penetrando um espaço no capacete de vidro fumê. O homem se contorceu e apertou os dedos até embranquecerem. Aquilo provocou um calafrio em Yian, e a criatura continuou a falar enquanto abria uma interface do lado da cadeira.

— Através de um método de tentativa e erro descobrimos um trauma na mente do invasor.

— Tentativa e erro? — Tez desviou os olhos da tela pousando-os no comandante, as pupilas dilataram-se consumindo quase toda a esclerótica em um poço profundo. 

— Ele já passou por diversos tipos de mortes, desde afogamento até despencar de longas alturas. Não somos capazes de investigar memórias, somos designers que criam e projetam novas realidades. No caso em específico, o fogo provocava uma resposta mais eficiente por culpa de uma antiga experiência em sua infância.

— E então? — Yian engoliu em seco. Sentiu como se a luminosidade do ambiente tivesse reduzido, jogando o cômodo na escuridão. Os fios e móveis assumiam formas fantasmagóricas, crescendo e se deformando nas sombras quando seus olhos paravam neles por algum momento.

— Nós o queimamos, é claro. Em seu sonho. A partir de estímulos sensoriais com o tempo alterado, o jogamos em diversos cenários de incêndios. Quando acordou, descobrimos tudo o que queríamos saber. Era apenas um refugiado da guerra do antigo governo contra os Três Pilares. — Ele abriu a boca levando uma língua vermelha e bifurcada até os globos oculares como que para umedecê-los. — Sua progenitora contava histórias do mundo antigo que ela tivera acesso nos registros da Rede. Havia uma em particular que o aterrorizou: o homem de vime. Druidas pagãos queimavam uma efígie com pessoas dentro para adorar seus deuses mortos. Teve pesadelos com isso. Pelo resto da vida, me atrevo a dizer.

Yian recuou com horror, reconhecendo aquelas trevas que o oprimiam. Os tubos cilíndricos haviam se transformado em grossas patas carnudas tomadas por pelos e os fios espalhados converteram-se em teias brancas como o cabelo que continua crescendo nos cadáveres. O chão se movia como se estivesse vivo.

— Sabe o que fizemos depois? Nós recriamos o cenário da história; os bárbaros gritando e clamando por sangue em línguas esquecidas, o céu azul e a densa floresta com mato desbotado; e o colosso de madeira como uma vela apagada. Então o colocamos dentro da estátua e ateamos fogo. Olhe para mim, Yian.

O comandante virou-se para a criatura apontando a arma. Seu abdômen se abriu, deixando escapar diversas aranhas que escorreram pelo chão aos milhares. Um barulho de fumaça chiou como uma panela de pressão enquanto o capacete do prisioneiro afundava e derretia, revelando sua própria face de olhos vítreos com uma agulha fincada na testa. 

— Não, isso não é real!

— Exatamente, nada disso é real. — O corpo de Tez caiu debatendo-se, mas ele ainda gorgolejava as palavras. Yian trabalhava seus reflexos constantemente para impedir que o cerco o engolisse. O inquisidor estava de joelhos, a cabeça agitando-se enquanto se expandia, alongando a parte posterior do crânio e deformando os ossos. — O ofício dos Oniromantes é fazer as pessoas sonharem.

Yian gritou puxando o gatilho, abrindo buracos no corpo de Tez com tiros a laser que pareceram borbulhar e jorrar insetos como uma fonte de água. A parte superior de Angst – 5 se deformou em dedos contorcidos e esqueléticos que estalavam como dobradiças secas. Sua caixa torácica inchara e entre as costelas abriam-se cortes de onde espiavam olhos brilhantes. 

— Permita-me continuar, comandante — disse Tez novamente, rastejando em sua direção enquanto os aracnídeos andavam por ele aos montes. O comandante sufocou um grito de horror, a cor sumindo de seu rosto quando percebeu que estavam comendo-o vivo. O corpo anelado diminuíra de volume até sobrar apenas a corcunda e os tumores que sustentavam a cabeça. Ainda assim ele sorria e ainda assim as coisas vazavam dele. — Nós o deixamos lá no homem de vime, queimando vivo durante meses. Apenas por curiosidade. Quando o acordamos, ele não conseguia falar ou pensar, vazio como um cadáver. —  As criaturas começaram a se espremer forçando passagem pelos buracos dos dentes e as presas se inclinaram e amoleceram até caírem da boca. Cerejas de sangue filtravam-se aqui e ali e a cabeça inchou como um balão antes de explodir espirrando insetos ao redor. 

Yian subiu em seu próprio corpo sentado na cadeira e então apontou a arma para o inquisidor que se aproximava. Uma boca de lábios enrugados cortou seu abdômen deixando visíveis os órgãos enovelando-se como um amálgama de línguas grotescas. Então, aquela voz chiada surgiu preenchendo o ambiente.

— Nós sabemos que é um agente do antigo governo. Entregue os códigos dos backups, ou o horror vai continuar em um looping infinito. O tempo passa infinitamente mais devagar aqui.

A compreensão atingiu Yian em um choque súbito e voraz. Quantas vezes não percorrera aqueles sombrios corredores? Quantas vezes não subira os degraus cheios de fios e poeira ou passara entre os cadáveres daquele sepulcro? Tudo desde a tempestade fora para descobrir como dobrá-lo. As aranhas escalaram pelas suas pernas como um cobertor negro e ele sentiu o coração na garganta enquanto as criaturas o cobriam, mordendo e rasgando. Suas mãos tremiam tanto que mal conseguia mirar com precisão. Começou a gritar e caiu tentando rolar para fora do cerco enquanto se debatia em desespero para se livrar das criaturas, imaginando aqueles pequenos monstros banqueteando-se em sua pele. Os olhos saltaram na máscara de horror que era seu rosto enquanto as veias dilatavam-se no pescoço. Uma dor aguda rompeu pelo seu peito, deixando os membros dormentes.

— Isso é só o começo. Enfim, sabemos qual é seu homem de vime.

Em algum ponto mordera a língua, engasgando-se com o próprio sangue. A boca ainda subia e descia, mas já não conseguia produzir som algum. Conforme a escuridão o engolia, as palavras projetavam-se pictóricas como um vaticínio inexorável.

— Aracnofobia.

E então ele morreu de medo.

***

Uma sombra avolumou-se no meio da tempestade pelo deserto estéril e metálico.


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