Prólogo
Epílogo
Conto
Numa noite estrelada e fria, Sarah brincava com suas bonecas na varanda de casa. Enquanto ela se divertia na sua "hora do chá", ouviu o som da campainha tocar.
— Pai! - gritou ela animada.
Sem verificar ou pensar duas vezes, a garota abriu a porta metálica, estampando um sorriso acolhedor em seu rosto, mas deu de cara com um caixote de madeira todo lacrado. O material possuía alguns símbolos pintados em vermelho e lembravam o ideograma do kanji. A menina segurou a caixa e caminhou com ela para dentro de casa.
— Mãe, chegou uma encomenda - disse a pequena ainda intrigada.
A mãe deparou-se com o caixote e logo o tirou das mãos da sua filha.
— Quem te deu isso, Sarah?!
— Não sei, mamãe, apenas deixaram na porta.
No mesmo instante a mãe jogou a caixa em cima da mesa e falou:
— Você não deve sair pegando coisas por aí e nem abrir a porta sem minha permissão!
— Eu pensei que era pra senhora - disse a menina antes de abaixar a cabeça.
— Mas não lembro de ter pedido algo.
As duas passaram alguns minutos observando com cautela aquela coisa misteriosa e exótica. Então, a mãe de Sarah, decidiu abrir logo aquilo para acabar de vez com a curiosidade. Puxou com força as tábuas frágeis - quase soltas - e conseguiu arrancar a parte de cima da caixa. Ao ver do que tratava-se a mulher não escondeu sua feição de assustada.
— Não! - gritou ela, caindo para trás.
— O que foi, mamãe?
Sarah não esperou decisão alguma para conferir de perto o que havia lá dentro. Subiu na cadeira, mas mesmo assim não conseguiu enxergar com precisão. Pôs suas pequenas mãos dentro da caixa, agarrou algo, um pouco pesado, e o puxou de forma lenta para fora do caixote.
— Sarah, não! - surtou a mãe, aproximando-se com rapidez da sua filha.
Mas era tarde. A garota entrou em estado de choque, seu coração disparou como uma bala e seus olhos lacrimejaram quando viram a cabeça decepada do seu pai em suas mãos.