
Na Ordem Herdeiros de Trismegisto, dissemina-se um conjunto de práticas de Elevação Espiritual que se resumem em exercícios tântricos de medição e contemplação, chamado Peregrinação Luminosa, que se trata do “caminho” traçado por Hermes Trismegisto até o Reino Espiritual, passando pelas camadas da Dimensão Etérea. Nesse complexo conjunto, é possível classificar-se três níveis de Iluminação (com diversos subníveis entre si): no primeiro, os praticantes da Peregrinação Luminosa conseguem o domínio de Kundalini, a energia vital física, vinda da carne, conseguindo fazer com que a matéria de seus corpos alimentem-se da energia espiritual e, sob certas condições específicas – no Sono Encantado –, vibrem numa frequência que não é afetada pela ação do tempo; um subnível dessa primeira etapa seria superar as enfermidades físicas, que são causadas por males espirituais agindo sobre a matéria. No segundo nível, os mistérios do espírito então se revelariam, e o praticante passa, ao dominá-lo, a ter acesso a todo o conhecimento de suas vidas passadas, sendo capaz de superar todas as barreiras mentais. Finalmente, o terceiro e último estágio é próprio àqueles que superaram todos os obstáculos espirituais e alcançaram o Nirvana (uma das camadas da Dimensão Etérea que se acerca do centro do Reino Espiritual), um local no Plano Astral formado pela massa de emoções, sentimentos e pensamentos humanos, que deixa ao alcance do Peregrino uma ampla gama de conhecimentos globais além da percepção dos sentidos. Aqueles que conseguem atingir esse último estágio, chegando ao local conhecido como Labirinto das Consciências, poderiam, ao cruzá-lo, encontrar-se com Poimandres e ter a pureza de seus corações medida por ele. Se o coração daquele a quem se apresenta ao Grande Dragão for verdadeiramente digno, ele é admitido no Reino Espiritual e recebe acesso aos mais profundos segredos da Criação, como o foi com Hermes Trismegisto.
Nas culturas orientais, principalmente de orientação budista e hinduísta, o conceito de Nirvana é bem difundido e, inclusive, tem o seu alcance como um de seus objetivos máximos –componente em comum com a escola hermética “pura”, seguida mais fielmente pela Ordem Herdeiros de Trismegisto. No decorrer dos séculos, muitas práticas de elevação da consciência ao nível espiritual/astral surgiram, indo desde as técnicas de contemplação tibetanas, e as seções de hipnose realizadas nos templos do sono egípcios, às disciplinas físicas do yoga indiano e posições sexuais do Kama Sutra, e algumas destas práticas, de fato, obtiveram grande sucesso – embora não de forma tão completa como a da Peregrinação Luminosa, que não só engloba todas estas práticas supracitadas, como muitas outras mais, explorando além do aspecto espiritual, mental e físico, mas buscando também o perfeito domínio mágico através da energia Universal. E é olhando para a maneira estruturada e gradual dessa grande chave deixada por Hermes à Tripla Legião Luminosa, que a passou à diante para seus companheiros, que se pode ter um vislumbre, ou, no mínimo, uma ideia, de como as fundações do Plano Astral – nesse caso mais especificamente do Nirvana – trabalham. Boa parte das energias que formam o Nirvana e as camadas mais marginais do Plano Astral são resultantes das Auras (e agregados) que se elevam e formam uma massa energética complexa.
As Auras são tidas como emanações de energia residual que o corpo e mente humanas estão a todo momento liberando em quantidades invisíveis ao olho humano comum (e ainda impossíveis de se captar por medidores, pela Ciência), formando um campo que envolve o espaço peripessoal de cada indivíduo, refletindo e ecoando seus sentimentos e pensamentos (mudando de cores, de acordo com o nível vibracional de cada sentimento/pensamento emitido) e criando uma linha de conexão direta com o Plano Astral, com o qual se “comunica”, tanto enviando energia, quanto recebendo e sofrendo influências de energias externas. A Aura igualmente pode ser vista como uma expressão da Alma, sendo a ferramenta matriz que nos dá acesso à Mente Coletiva e que permite à força do Samsara o direcionamento correto dos espíritos em seu processo de reencarnação, que sempre tenderá a equilibrar as energias emitidas por aquela Alma, enviando-a à lugares, em famílias e inseridas em sociedades, que propiciarão uma mudança e lhes permitirão a evolução espiritual. E é neste contexto, que engloba o Ciclo da Transmigração, que surgem os Dons, compreendidos como predisposições e tendências do espírito trazidas de suas vidas passadas, manifestando-se em habilidades que podem ou não ser exploradas e aprimoradas com o tempo, como por exemplo conseguir tocar bem algum instrumento musical, ter maior facilidade na compreensão de equações matemáticas ou mais desenvoltura em um determinado esporte – existindo também os chamados Dons Mágicos, que são habilidades que geralmente vão além dos sentidos convencionais, como prever inexplicavelmente alterações no clima, sabendo quando irá chover (mesmo que não se hajam quaisquer indícios perceptíveis), ou a capacidade de conquistar a confiança de qualquer animal, por mais selvagem que seja, podendo abranger, enfim, muitos outros aspectos da vida. Os Dons Mágicos, que podem evoluir para um Condão (uma manifestação mágica do espírito), são conseguidos e desenvolvidos durante o ciclo das reencarnações ou originados a partir de Inspirações Astrais (Divinas ou Demoníacas), sendo então recebidas como bênçãos ou maldições, ou, adquiridos através das práticas de Elevação Espiritual, que é o ponto central da Peregrinação Luminosa.
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