
O conto “A Vida Eterna” foi publicado primeiramente no Jornal das Famílias em 1870, sendo sua autoria atribuída a Camilo da Anunciação, um pseudônimo de Machado de Assis. É uma obra do gênero da ficção e nela o fantástico é um elemento constante, onde se vê explorado uma ambientação soturna, carregada de uma leveza quase impossível, no limite da plausibilidade, que conduz o leitor a um ambiente mental extremamente desconhecido, mas ao mesmo tempo completamente familiar.A estrutura dos diálogos e a própria figura dos personagens inspira uma visão amistosa, que desperta o interesse, mas que, com essa licenciosidade instantânea, igualmente desperta a percepção ao peculiar, ao sentimento de que “algo está errado”, o que introduz o clima de expectativa essencial a uma trama de suspense.
O conto se discorre num formato de narrador de primeira pessoa, onde este, o qual não revela seu nome, expõe sua absurda experiência, que ao leitor é apresentada como real, apesar de algumas poucas inconsistências que, subconscientemente, escolhemos ignorar.
A história se inicia com uma reflexão a respeito do estado de vigília, e o próprio enredo parte daí, numa tensão que cresce conforme a narrativa se desenrola. Confrontado por um estranho que praticamente invade sua casa, o narrador se vê obrigado, sozinho, a tomar uma importante decisão, abrindo ao leitor um leque de sentimentos: medo, esperança, revolta...Um pequeno vislumbre do Rio de Janeiro do século XIX é possível, quando os personagens deixam a casa do narrador, que torna clara a sua posição social afirmando que possui escravos, como ainda era o momento histórico. Na mansão de Tobias, o desconhecido que o abordara, o luxo arquitetônico também é evidente, demonstrando uma pompa reservada a poucos, tais quais os personagens que os aguardam.
As grandes revelações então acontecem, o perigo e a pressa são sinceros e imperativos. Será que o narrador escapará da armadilha? Como fará para se salvar de uma situação tão adversa? E o leitor respirará aliviado, ao final do conto, descobrindo o que talvez desde o princípio desconfiava.Atualmente, o conto “A Vida Eterna”, compõe a coleção Contos Avulsos, de Machado de Assis, continuando a garantir, mais de 150 anos após sua publicação, uma envolvente leitura.
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